O pecuarista Nardelli Rosa Moraes relata melhorias financeiras graças às orientações recebidas pelo Programa de Produção Sustentável de Bezerros. “Eu aderi ao programa em janeiro de 2024 e tem sido muito bom, sobretudo em relação aos benefícios, principalmente, pela dedicação e orientação do atendimento técnico. Na questão da nutrição, eu fui orientado por um agrônomo que veio aqui na propriedade, realizou análise de solo e me indicou a adubação correta”.
“Com nossa consultoria zootécnica produtiva do Programa de Produção Sustentável de Bezerros, o senhor Nardelli teve uma economia muito grande, de 50% a 60% sobre os gastos que teria com uma agropecuária da cidade, e pode investir em novos animais”, explica o engenheiro agrônomo Marcus Vinícius Oliveira Dias. Desenvolvido desde 2019, o Programa abrange compromissos para ampliar práticas sustentáveis promovendo adequação ambiental e fundiária, aumento de produtividade do rebanho e, ainda, conservação e recuperação de florestas.
Sua História
Nardelli trabalha em parceria com a esposa, Débora Maria Rigo Rosa de Moraes, 52, em uma loja de móveis na cidade e Juara (MT) e nos 135 hectares do sítio Caolli (uma combinação dos nomes das filhas, Caroll e Nicolli), localizado na comunidade Itapaiúnas – região noroeste de Mato Grosso. O exemplo de Nardelli já inspirou e impulsionou outras adesões ao programa. “Meus vizinhos comentam: seu pasto está parecendo um canteiro de alface de tão verdinho”, conta o pecuarista, que já está fazendo a identificação individual dos animais para o rastreamento do rebanho desde o nascimento dos bezerros. As filhas do casal saíram de Juara para fazer faculdade de medicina e engenharia de produção agroindustrial em Cáceres e Barra do Bugres.
Até os 11 anos, Nardelli viveu em uma fazenda em Torixoréu, na divisa do Mato Grosso com Goiás, e retomou à atividade pecuária em 2007. Hoje, aos 62 anos, contabiliza um rebanho de 250 cabeças de gado nelore. “Vendo os machos com oito meses pós-desmame para engorda e deixo para vender as fêmeas um pouco mais tarde, com cerca de 9 meses, o que acaba me rendendo mais”, comenta.
Investimentos em assistência técnica fazem a diferença
O suporte e monitoramento de fornecedores, principalmente indiretos, é um desafio para a indústria da carne. Por isso, investir em iniciativas como o Programa de Produção Sustentável de Bezerros é uma fundamental para alcançar produtores que estão, muitas vezes, em áreas remotas e vulneráveis. O Programa tem adesão voluntária e oferece para os pecuaristas, gratuitamente, orientações sobre gerenciamento produtivo e financeiro, manejo de gado e de pastagem, adequações sanitárias, regularização ambiental e fundiária, além de um sistema de rastreabilidade individual dos animais com numeração nacional. Isso é um diferencial, pois possibilita a identificação em qualquer lugar no mundo.
O estado de Mato Grosso concentra o maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 34 milhões de animais.. Desde 2019, cerca de 600 produtores foram atendidos pelo Programa e a meta é alcançar outras 485 fazendas no estado até 2026. Recentemente, o Programa foi expandido para o estado do Pará, segundo maior rebanho do país, com mais de 26 milhões de animais, onde beneficiará 150 produtores.
Para atingir as metas, a IDH conta com investimentos da Marfrig, Mars e Faepa. E a parceria na implementação da Natcap e do Instituto BioSistêmico (IBS), em Mato Grosso, e da Natcap e do Senar, no Pará.